Sinopse: O romance atemporal sobre uma viagem de ônibus do Inferno para o Céu. Em O Grande Divórcio: C.S. LEWIS novamente emprega seu formidável talento para fábulas e alegorias. O escritor se encontra no Inferno embarcando em um ônibus com destino ao Paraíso. A incrível oportunidade é que, quem quiser ficar no Céu, fica. Este é o ponto de partida para uma meditação extraordinária sobre o bem e o mal, a graça e o julgamento. A ideia revolucionária de Lewis é a descoberta de que os portões do Inferno estão trancados por dentro. Nas próprias palavras de Lewis, “Se insistirmos em manter o Inferno (ou mesmo a terra), não veremos o Céu: se aceitarmos o Céu, não seremos capazes de reter nem mesmo as menores e mais íntimas lembranças do Inferno.
Iniciei a leitura desse livro há alguns dias e achei fantástica toda a abordagem, alegorias e simbolismos que Lewis trás em cada capítulo.
Um capítulo em especial me impactou profundamente. Trata-se do capítulo 11. Para quem ainda não leu, vou precisar detalhar e apresenta-lo melhor.
Inicialmente, o que chama a atenção nesse livro é que o autor explora vários diálogos de pessoas que ele chama de “fantasmas”. Esses “fantasmas” se apresentam em uma forma quase invisível e fluida e a medida que encontram com os Espíritos resplandecentes, de pessoas que no caso do capítulo 11 por exemplo, foram familiares, um diálogo se inicia de forma a nos fazer refletir sobre questões da vida desses “fantasmas” que podem se encaixar com a realidade de alguns de nós. A princípio, é estranha a abordagem, mas, ao longo do livro o Espírito Santo me fez enxerga-la por outra perspectiva.
Durante os diálogos os Espíritos que esses “fantasmas” encontram no céu, comunicam a eles que mediante um processo, que cada um deveria experimentar, eles assumiriam posteriormente uma forma sólida e renasceriam. Nesse ínterim, fiquei pensando que esse simbolismo na verdade, pode ser analisado sob outra ótica. Esses fantasmas seriam o ser humano fora do caminho de Deus, morto pelo pecado.
Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo, e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque todos pecaram.Romanos 5:12
Contudo, a partir do momento que aceitamos Jesus como nosso Senhor e nos submetemos ao processo de novo nascimento e santificação que Lewis chama no livro de solidificação, passamos a ter um novo corpo e uma nova vida com Cristo.
Pois, pelo batismo, morremos e fomos sepultados com Cristo. E, assim como ele foi ressuscitado dos mortos pelo poder glorioso do Pai, agora nós também podemos viver uma nova vida.
Uma vez que nossa união com ele se assemelhou à sua morte, assim também nossa ressurreição será semelhante à dele.Sabemos que nossa velha natureza humana foi crucificada com Cristo, para que o pecado não tivesse mais poder sobre nossa vida e dele deixássemos de ser escravos.Romanos 6:4-6
Jesus respondeu: “Eu lhe digo a verdade: quem não nascer de novo, não verá o reino de Deus”.
“Como pode um homem velho nascer de novo?”, perguntou Nicodemos. “Acaso ele pode voltar ao ventre da mãe e nascer uma segunda vez?”
Jesus respondeu: “Eu lhe digo a verdade: ninguém pode entrar no reino de Deus sem nascer da água e do Espírito.
Os seres humanos podem gerar apenas vida humana, mas o Espírito dá à luz vida espiritual.
Portanto, não se surpreenda quando eu digo: ‘É necessário nascer de novo’.
O vento sopra onde quer. Assim como você ouve o vento, mas não é capaz de dizer de onde ele vem nem para onde vai, também é incapaz de explicar como as pessoas nascem do Espírito”.João 3:3-8
O pecado trás a morte do homem, Jesus nos dá nova vida!
Nesse capítulo 11, o autor relata duas experiências que a princípio parecem distintas. Entretanto, elas se complementam de forma interessante. No início, o primeiro relato é de uma mãe que chega ao céu e encontra seu irmão, nesse diálogo ela pede desesperadamente para ver o filho que tanto amava. É inevitável não se compadecer dela, da dor que ela demonstra pela morte do filho e o desejo do reencontro.
Todavia, a medida que o diálogo avança, observamos dois pecados graves, a idolatria e o orgulho, essa mãe não consegue superar a dor da perda, o amor que ela sente é desesperador. E o espírito do irmão que na verdade é o Espírito Santo tenta lhe mostrar que esse sentimento não é o verdadeiro amor, pois este, só é possível experimentar conhecendo aquele que é puro amor: Deus. Sem ele tudo que pensamos sentir na verdade é uma mistura de egoísmo, orgulho, dependência e idolatria.
Neste trecho em que ela pede para ver o filho, o Espírito responde que isso só será possível quando ela ficar um pouco mais sólida, e quando ela pergunta como isso se daria ele responde:
“Receio que o primeiro passo seja o mais difícil -explicou o Espírito. – Mas depois você prosseguirá rapidamente, como o fogo que se alastra por uma casa em chamas. Você se tornará sólida o suficiente para que o Michael a veja quando aprender a desejar Alguém além dele. Não digo “ mais do que o Michael”, pelo menos não no início. Isso virá mais tarde. Precisamos apenas da semente de um desejo por Deus para dar início ao processo.”
Nesse ponto fui muito impactada, porque assim como ela já precisei entender que tinha que desejar a Deus mais do que qualquer pessoa desse mundo. E de verdade, é exatamente assim. No início você não consegue desejar Deus mais do que essa pessoa, mas, com o passar do tempo essa semente vai crescendo e tomando a forma que precisar tomar em seu coração.
No caso dessa mãe, ela não conseguia enxergar essa necessidade, não conseguia ver além da sua dor, então, ela culpa Deus por ter tirado o filho dela, diz que esse não é o Deus de verdade porque o Deus que ela conhece ( ou pelo menos que ela acreditou que fosse o real) era um Deus de amor que não separa mães de filhos.
O que ela não sabia e é o que muitos infelizmente não entendem, por acreditar nesse sofisma do “Deus de amor”, que Lewis coloca nessas páginas escritas a tantos anos porém tão atual, é que Deus abomina a idolatria e não divide a glória e o trono dele em nosso coração com absolutamente ninguém. Com toda certeza Deus é amor, mas o amor dele é muito mais profundo que o amor natural que conhecemos nessa realidade terrena, consumida pelo pecado.
Essa mãe em um primeiro momento até concorda em passar por esse processo, mas só como um meio de conseguir o que quer. Quando percebe que não vai ser tão fácil assim, ela mostra o que realmente está em seu coração. O ódio por Deus e seu desejo incontrolável por ter o filho que ela acha que é dela. Não entendendo que antes de ser dado a ela, o Michael nasceu no coração de Deus e ele é o único dono da vida dele.
Assim como ela, os dois são CRIATURAS que só podem conhecer o verdadeiro amor quando conectados a fonte desse amor.
O Espírito diz sobre ela:
“ A única solução foi tirar o objeto do seu amor. Foi um caso cirúrgico. Com a frustração desse primeiro tipo de amor, haveria então a possibilidade de que na solidão, no silêncio algo diferente começasse a crescer”
Contudo, ela não compreendia e não aceitava.
“ Pan, veja, nenhum sentimento natural é em si mesmo superior ou inferior santo ou profano. Todo sentimento é santo quando a mão de Deus o governa. Todo sentimento se deteriora quando se estabelece por conta própria e se transforma em um falso deus”
E isso nos faz refletir em quantos sentimentos por pessoas ou coisas são alimentados sem o governo de Deus, de tal forma que se tornam deuses em nossa vida, ocupando o lugar do verdadeiro dono do altar do nosso coração. O único capaz de preencher cada pedacinho do vazio do homem sem Deus.
Após esses e outros diálogos o autor, Lewis, que no livro é um personagem que passa observando esses encontros junto do seu Professor (o Espírito Santo) é retirado dessa cena e iniciam uma conversa interessante que preciso registrar aqui.
Lewis pergunta ao Professor se existe esperança para essa mãe, ao que ele responde:
“ -Sim, ainda lhe resta alguma esperança. O que ela chama de “amor pelo filho” transformou-se em um sentimento mesquinho, espinhoso e opressivo. Mas ainda há uma pequena faísca de algo que não se resume ao seu próprio ego, algo que pode transformar-se em chama.”
Lewis: “ -Então quer dizer que alguns sentimentos naturais são realmente melhores do que outros isto é constituem um melhor ponto de partida para aquilo que é verdadeiro?”
Professor “ – Melhores e piores. Existe algo na afeição natural, mais do que no apetite natural, que a levará mais facilmente ao amor eterno. No entanto, há também algo nesse sentimento que facilita a estagnação no plano natural e que nos leva a confundi-lo com o celestial. É mais fácil confundir o bronze com o ouro do que com o barro. Ao final, se a afeição natural recusar a CONVERSÃO, sua corrupção será PIOR do que a corrupção daquilo que chamamos de “paixoes inferiores”. Trata-se de um anjo mais forte que quando cai transforma-se em um demônio mais feroz”
Esse parágrafo é tão profundo e intenso que cada vez que lia o Espírito me revelava algo novo, que se mostrava maravilhoso e aterrorizante ao mesmo tempo.
Nessa fala entendi que ao mesmo tempo que é mais “fácil” que o amor e a dor de uma mãe que perdeu um filho, ou de uma esposa que perdeu o marido ou foi deixada por ele, ou mesmo o amor e a dor de um filho que perdeu os pais, entre várias outras situações, pode levá-los a encontrar Deus de forma genuína nesse sofrimento quando comparado com a dificuldade de um filho viciado em drogas ou um marido e pai viciado em bebida ou pornografia deixar esses pecados (paixões inferiores).
Ao mesmo tempo que pode ser mais fácil de certa forma os primeiros casos, se aquelas afeições naturais se recusarem a se converter, como no caso de uma mãe que não aceita a morte do filho, filhos que não aceitam a perda dos pais e culpam Deus, ou de uma esposa/marido feridos que não aceitam perdoar e se submeter a vontade de Deus ou uma esposa que não aceita a morte do marido e também culpa Deus, enfim, essas mesmas afeições naturais tão sinceras e tidas pela sociedade como piedosas e altruístas, se não passarem pela conversão a Deus podem se tornar pecados muito mais difíceis de se libertar do que o pecado dos vícios exemplificados como bebida, drogas, pornografia, adultério entre outros.
É forte dizer isso, mas, quando ele diz que trata-se de um anjo, porque o amor de uma mãe é como anjo, porém, se dominado pelo orgulho de não se deixar submeter pela soberania de Deus, entendendo que ele sabe o que faz e como faz em toda circunstância, pode se tornar um demônio feroz. Foi exatamente o que aconteceu com Lúcifer, um anjo que deixa o orgulho domina-lo de tal forma que passa de anjo a demônio e torna-se impossível voltar a ter comunhão com Deus.
“Como você caiu dos céus, ó estrela brilhante, filho da alvorada! Foi lançado à terra, você que destruía as nações. Pois dizia consigo: ‘Subirei aos céus e colocarei meu trono acima das estrelas de Deus. Dominarei no monte dos deuses, nos lugares distantes do norte.
Subirei aos mais altos céus e serei como o Altíssimo’.
Em vez disso, será lançado ao lugar dos mortos, ao mais profundo abismo. Isaías 14:12-15
A Bíblia diz que Deus resiste ao soberbo mas concede graça aos humildes. O orgulho é a raiz e o pior de todos os pecados. Agora pense por exemplo, na história do filho pródigo. Quem é o soberbo? E quem é o humilde? Aquele que não consegue reconhecer sua miserabilidade diante do Pai e acha que o Pai lhe deve alguma coisa? Ou o que reconheceu que não era digno do amor do Pai por se deixar levar pelas paixões inferiores?
O próprio Lewis nesse diálogo diz o quão duro é esse discurso, o quanto seria difícil dizer isso às pessoas, porque realmente não é fácil entender e dizer que o amor de uma mãe, um filho, ou o amor em uma amizade ou casamento, pode se tornar objeto de orgulho e idolatria, que os torna mais terríveis que o pecado de um vício ou sensualidade por exemplo. Quando ele diz que é mais fácil confundir o bronze com o ouro do que com o barro é por isso, é mais fácil reconhecer um pecado exposto e condenado pela sociedade do que enxergar um pecado tão profundo e fácil de esconder como o orgulho e a idolatria.
Adiante, o capítulo nos apresenta outro personagem que faz um contraponto com esse caso da mãe. Um homem que levava em seu ombro um lagarto, um espírito mal que o levava ao pecado da sensualidade, ele parecia lutar contra ele, tentava calá-lo mas não podia, se dirige a princípio em direção ao céu, porém, em dado momento decide recuar e voltar . Entretanto, ao encontrar o Espírito Santo um diálogo se inicia e o Espírito propõe a ele matar o lagarto.
O homem hesita não acreditando que seja necessário algo tão radical, mas o Espírito insiste que não há tempo a perder e aquela oportunidade contém todas as oportunidades, é necessário matar o lagarto mas ele não faria isso sem autorização dele. No fim, o homem aceita que o Espírito mate o lagarto e algo extraordinário acontece. Eles são completamente transformados, mesmo aquilo que foi o seu instrumento de pecado, Deus tem o poder de fazer algo novo e glorificar o nome dele.
Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;Romanos 5:20
Após visualizarem essa cena o Professor diz a Lewis:
“Nada, nem mesmo o melhor e mais nobre poderá prosseguir em seu estado atual. Nada, nem mesmo o mais inferior e bestial deixará de ressuscitar ao se submeter a morte. É semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Carne e sangue não podem subir as montanhas. Não por serem elevados, e sim fracos demais. A cobiça não passa de uma coisa pobre, fraca, lamentável e sussurrante se comparada com a riqueza e a energia do desejo que surge quando a própria cobiça é morta.
Lewis: “ Então quando voltar pra casa, devo contar as pessoas que a sensualidade desse homem se revelou um obstáculo menor do que o amor daquela pobre mulher pelo filho? Pois se tratava, de qualquer forma, de um excesso de amor?”
Professor: “ Você não dirá nada disso-respondeu severamente o professor- excesso de amor você diz? Não houve excesso, mas falta de amor. Ela amava pouco seu filho, não muito. Se ela o amasse mais, não haveria nenhum problema. Não sei como terminará o caso dela, mas pode ser que, neste exato momento, esteja exigindo que o filho vá com ela para o inferno. As vezes pessoas assim estão perfeitamente prontas para mergulhar a alma que afirmam amar em uma miséria infindável, se de alguma forma ainda puderem possuí-la. Não e não! Você deve aprender outra lição. Deve questionar: se o corpo ressuscitado de um mero desejo natural é tão grandioso quanto o cavalo que viu ( porque o lagarto que era o desejo sensual daquele homem ao ser morto se transforma em um cavalo belíssimo que o leva em direção ao céu) como será o corpo ressuscitado do amor maternal ou da amizade?”
Nesse parágrafo incrível ele reafirma como o amor terreno se confunde de tal forma que as pessoas o confundem com o amor celestial. Todavia, ao olhar mais de perto não há nada de Deus ou divino ali.
É como quando um marido que diz amar sua esposa na verdade não sabe amar e a trata de forma miserável, quantos casos de feminicídio existem por trás do dito “amor” de pessoas que se diziam loucas pelo outro, quando na verdade não sabem amar nem a si mesmas quanto mais outra pessoa.
Ou casos de mães que em nome do “amor” fazem tudo por seus filhos, deixam eles fazerem o que querem sem limites e escondem erros e até crimes dos filhos em nome desse “amor”. Não, o verdadeiro amor não é assim, ele só pode ser dado se primeiro amarmos a Deus sobre todas as coisas. Só ele pode nos ensinar a amar de verdade sem egoísmo ou orgulho.
O amor ensinado por Deus corrige quando precisa corrigir, mas também perdoa quando precisa perdoar.É um amor que ama de forma genuína sem exigir condições para isso.
Por que é mais difícil para o irmão do filho pródigo, aquele que ficou na casa do pai fazendo tudo certinho compreender o amor do pai e aceita-lo? O orgulho é um pecado que se não tratado, se não for morto e se submeter, pode ser muito mais nocivo que o pecado da luxúria do filho pródigo.
Pensemos também nos fariseus, por que era tão difícil para eles se arrependerem e reconhecer Jesus, comparado a prostituta, cobradores de impostos. Por que? Se eles conheciam a palavra, faziam parte da igreja da época. Eles estavam dentro e não fora, mesmo assim não conseguiram compreender e amar a Deus. Assim como Lúcifer, eles estavam tão perto mas ao mesmo tempo tão longe.
Por que? Por trás do amor e devoção deles pela religião e o sagrado, assim como o amor do filho que ficou em casa junto com o pai e não teve coragem de sair e gastar a herança de um pai vivo, havia na verdade, a corrupção de uma afeição natural o amor como eles entendiam se tornou muito mais feroz e implacável, que preferiria o inferno a reconhecer que precisa de Deus.
O pecado por trás desse falso amor na verdade se chama orgulho, ele pode chegar a tal ponto, de forma a tornar muito mais difícil para o ser humano reconhecer sua necessidade de correção e arrependimento, a fim de conhecer o verdadeiro amor que unicamente Jesus pode oferecer e ensinar.
É o bronze confundido com o ouro, tem aparência de amor, de bondade, mas por dentro são sepulcros caiados. Ao contrário dos pecadores que Jesus encontrava pelo caminho, fora dos muros das sinagogas que conseguiam reconhecer sua sujeira e necessidade de morte para essa vida e ressurreição para uma nova vida.
Quantos amores podemos estar vivendo hoje que parecem amor, parece um sentimento puro e genuíno, mas na verdade, se não se deixarem morrer para serem transformados por Deus e encaixado no lugar certo, o fim deles pode ser um caminho de morte eterna, tão pior quanto os pecados mais “terríveis” reconhecidamente, estes seriam o barro que não consegue se confundir com o ouro mas que no fim, seja barro ou seja bronze uma coisa é certa eles não são ouro.
Forte ouvir isso, que o amor dentro de relações religiosas, de amizade,pais e filhos ou o amor dentro de um casamento pode ser obstáculo maior para conhecer verdadeiramente a Deus que o desejo sensual ou um vício. Não é fácil entender e explicar, mas achei que Lewis soube trabalhar isso de forma sensacional nesse capítulo e finalizo com uma das frases que o Espírito Santo diz durante os diálogos:
“Mas alguém deve dizer de um modo geral o que há muitos anos não é dito: que o amor como os mortais entendem a palavra, não é suficiente. Todo amor natural ressuscitará e viverá para sempre aqui, mas nenhum amor natural poderá ressuscitar sem que primeiro tenha sido sepultado…Crueldade está em não dizer isso, é por isso que as tristezas que antigamente purificavam agora só corrompem.”