Quem diria que eu sairia da sala de cinema cheia de reflexões ao ver o filme Homem-Aranha sem volta para casa, meu bom amigo Espírito Santo não me deixa perder uma, e com esse filme não foi diferente. (LEMBRANDO QUE ESSA É UMA ANÁLISE CRISTÃ NA QUAL BUSCO REFERÊNCIAS CRISTÃS DENTRO DO FILME)
(ALERTA DE SPOILERS – IDEAL QUE JÁ TENHA VISTO O FILME)
A internet está repleta de análises e referências citadas para esse filme e dentre todas as reflexões que esse filme me trouxe, quero deixar aqui registrado o que mais me impactou. O filme dá continuidade à jornada do nosso herói Peter Parker, um menino cheio de boas intenções, mas também imaturidade evoluindo a um homem que entendeu a grande responsabilidade que carrega junto com os grandes poderes que lhe foram conferidos a partir da picada daquela aranha.
Essa jornada que passa por diversos e intensos episódios não seria possível sem os valores passados pela figura de família que ele possui representada em sua tia May. Claro que vários outros personagens contribuíram nesse processo, entretanto, vale ressaltar que ela tem um papel fundamental. Ela representa a figura de família que deixa um legado para a próxima geração, ensinando o valor do amor ao próximo, perdão, responsabilidade e altruísmo.
No momento em que Peter se vê diante dos vilões nesse filme que até então não conhecia, ele se depara com figuras estranhas e cheias de segredos. Nesse ínterim, sua tia May – que comparei com a visão do Espírito santo de Deus- consegue fazer o Peter enxergar além do que os olhos naturais dele enxergavam, ela observa pessoas cada uma com sua história, dores, conflitos, traumas e feridas, que ao não saberem como lidar com isso, atuam da pior forma possível.
Aprendi que quem é ferido, fere e muitas vezes as pessoas depositam umas nas outras as feridas que carregam no coração de uma vida que levaram, por vezes sem nem mesmo perceber.
Peter/homem-aranha passa a enxergar toda essa confusão em que se meteu como uma missão de não apenas enviar esses personagens para seus mundos de acordo com a linha do tempo de cada um, mas também tentar curá-los e dar-lhes uma nova oportunidade, um novo começo ao retornar.
Você sabe quem é especialista nisso? Especialista em recomeço? Em pegar algo ou alguém totalmente quebrado ou que ninguém quer e fazer algo totalmente inédito e incrível?
Ele mesmo! Nosso grande herói: JESUS
Jesus é especialista em restaurar e curar. Quando nos voltamos para ele e o buscamos de todo coração e com toda nossa força ele se revela a nós mais profundamente, além de revelar tudo em nós que nem sabíamos que precisava de tratamento e cura, ele faz isso de forma completa e perfeita, nos dando a oportunidade de viver um novo começo e uma nova história.
No evangelho de João, capítulo 4, Jesus encontra a mulher samaritana no poço e inicia um diálogo com ela que resulta em um dos versículos mais lindos da Bíblia:
Primeiro ele ofereceu cura a ela e depois confrontou seu pecado, quando ele pergunta a ela onde está o seu marido, Jesus toca na raiz do problema dela e que até então ela nem imaginava que era sua busca em homens/pessoas o que ela só poderia encontrar em Deus. Durante toda sua vida até esse momento crucial ela só encontrou em suas relações dependência emocional, rejeição, conflitos, seus relacionamentos fracassavam, pois suas prioridades eram inconsistentes.
Quando Deus não é o governante de nossas vidas, acabamos por tratar as coisas e as pessoas como os governantes de nossas vidas, como nosso Deus, e o resultado é catastrófico e traumático.
Nos tornamos como aqueles vilões e de alguma forma não conseguimos “jorrar” dessa água que vem de Jesus, em vez disso podemos em algum momento de nossas vidas irromper dor e frustração gerando um ciclo interminável.
Percebe que cada vilão tinha um deus (dinheiro, poder, aceitação, ego), cada um precisava de uma cura específica, porque Deus trabalha com cada um de forma individual e única, a minha cura não é a mesma que a sua, mas existe uma coisa que não muda nunca: AQUELE que pode curar-Jesus.
Como Peter, quando permitimos que Deus nos mostre não o que a realidade nos apresenta, mas transcendendo a realidade, nos permitimos examinar nossa família, amigos, ou as pessoas que Deus coloca em nosso caminho com o olhar dele, podemos nos tornar ferramentas nas mãos de Deus para cumprimento dos seus propósitos, da missão que ele tem para cada um de nós.
Assim, depois de curados, podemos levar esse tratamento para outras pessoas, porém, se quisermos levar outros a esse lugar de cura e salvação devemos deixar de lado o egoísmo, nosso ego e nossa própria vontade.
Jesus não nos chamou para só olharmos para nós mesmos, ele nos chamou para ir por todo mundo e olhar para outros, ajudar o próximo que ele colocar em nosso caminho, levar cura para outros, muitas vezes fazer isso vai nos custar tudo, vai nos conduzir a um lugar de ter que fechar os olhos para realidade natural e contemplar somente o espiritual.
Pensando nisso, lembrei da história de Rute e Noemi. Após a morte de seu marido e filhos, Noemi decidiu retornar para sua própria terra e logicamente aconselhou suas noras a retornarem para suas famílias de origem.
Uma delas, Orfa, decide retornar, era o caminho lógico e natural, inquestionável a sua decisão, mas Rute de alguma forma contemplava algo mais, ela deixou de olhar para si e a sua própria dor e olhou para sua sogra e as necessidades dela naquele momento de dor, violou a lógica humana e desistiu de tudo, sua família, seus deuses para seguir Noemi e o seu Deus.
Não foi fácil, mas o fim dessa jornada foi Rute ser grandemente honrada porque contemplou uma missão, valores e princípios falaram mais alto que o seu ego fazendo-a seguir por um caminho improvável.
VOLTANDO AO NOSSO PERSONAGEM…
Peter Parker precisou perdoar, sendo imprescindível deixar a sua própria dor de lado e fazer o que era correto, completar sua missão. Como humano no momento final quando ele se depara com o duende verde ele naturalmente só conseguia enxergar a sua dor, por isso ele batia tanto no duende, seu senso de justiça própria não queria curar, não via redenção.
Por isso é impossível completar essa missão sem a ajuda do espírito santo, naquele momento o homem–aranha interpretado pelo ator Tobey Maguire foi o Espírito santo para ele, tentando pará-lo, fazendo olhar além da circunstância, que por trás daquela máscara havia um homem preso pelo mal, ferido, que não conseguiria sair daquela situação sozinho.
Somente Deus pode nos ajudar a enxergar as pessoas que nos ferem dessa forma e ainda lutar por elas. O propósito venceu e Peter fez o que era certo e todos foram curados e libertos.
Jesus faz o trabalho de curar e salvar, mas nessa grande missão nós como seus seguidores não estamos isentos da grande responsabilidade de lutar para que assim como nós outros sejam curados, libertos, restaurados e tenham a oportunidade de um novo começo de viver uma nova história. Pergunte a ele hoje como você pode servir nessa grande missão e tenho certeza que ele o conduzirá de forma incrível.
Muito bom!
Foi necessário para Peter que ele conseguisse enxergar além da realidade dura q estava a sua frente e ver “espiritualmente” que as pessoas são o que são porque muitas vezes não conheceram o amor e a compaixão, o q os transformaram em “vilões”.
Uma questão interessante foi que para Peter ser usado ele precisou também ser “tratado”, no caso do perdão como você descreveu. Lembrei do versículo de 2Cor1:4 que diz que fomos consolados para também consolarmos outros tb que sofrem.
Exatamente! E isso que os outros homem-aranha fizeram, eles também passaram por dores, perdas, processos, tiveram que aprender a perdoar e seguir em frente e nesse filme fizeram isso, vieram “acidentalmente” para o mundo do Peter e como foram consolados eles consolaram e o ajudaram nesse processo de se levantar, seguir em frente e transformar a sua dor em benção.