O oposto do medo não é fé ou mesmo coragem…é amor!

O oposto do medo não é fé ou mesmo coragem...é amor!
O oposto do medo não é fé ou mesmo coragem…é amor!

Deus e suas maneiras de falar tão interessantes e inusitadas. Estou lendo as cartas de Paulo aos Coríntios e no capítulo 2 da segunda carta tem um trecho sobre o perdão ao pecador. Penso que se trata do mesmo homem que na primeira carta Paulo dá instruções sobre como deveriam tratá-lo e tirá-lo de seu meio para que ele tivesse a punição necessária para viver o arrependimento. Nessa segunda carta Paulo orienta os Coríntios sobre a necessidade de perdoá-lo para que a tristeza em demasia não o consuma. 

Não exagero quando digo que o homem que causou tantos problemas magoou não somente a mim, mas, até certo ponto, a todos vocês. A maioria de vocês se opôs a ele, e isso já foi castigo suficiente. Agora, porém, é hora de perdoá-lo e confortá-lo; do contrário, pode acontecer de ele ser vencido pela tristeza excessiva. Peço, portanto, que reafirmem seu amor por ele. Eu lhes escrevi daquela forma para testá-los e ver se seguiriam todas as minhas instruções. Se vocês perdoam esse homem, eu também o perdoo. E, quando eu perdoo o que precisa ser perdoado, faço-o na presença de Cristo, em favor de vocês, para que Satanás não tenha vantagem sobre nós, pois conhecemos seus planos malignos. 
2 Coríntios 2:5-11

Quando penso no perdão é impossível não associá-lo à maior manifestação de perdão e amor que já existiu. Foi exatamente o que Cristo fez por nós ao nos perdoar e morrer naquela cruz, mesmo quando ainda não havíamos entendido o peso do nosso pecado. 

Hoje resolvi ler um devocional em inglês que há bastante tempo não lia e o capítulo em que havia parado falava exatamente sobre isso, usando o trecho base de 1 Coríntios 13.7 

O amor nunca desiste, nunca perde a fé, é sempre esperançoso e dura em todas as circunstâncias.
1 Coríntios 13:7 NLT

Vou colocar alguns trechos desse devocional aqui: 

O amor destemido não se baseia no desempenho de uma pessoa, mas na fidelidade amorosa de Deus. Não é incomum que, quando as pessoas nos decepcionam, comecemos a distribuir amor em proporção às suas infrações para minimizar qualquer risco futuro. Com medo de fazer tudo. . . nós nos seguramos. C. S. Lewis explicou sabiamente o erro dessa abordagem em seu livro Os quatro amores:

Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração será contorcido e possivelmente partido. Se você quiser ter certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Enrole-o cuidadosamente com hobbies e pequenos luxos; evite todos os emaranhados. Tranque-o em segurança no caixão do seu egoísmo. Mas naquele caixão, seguro, escuro, imóvel, sem ar, ele vai mudar. Não será quebrado; se tornará inquebrável, impenetrável, irremediável. *

Amar é ser vulnerável. Aí está. Podemos não gostar desse emparelhamento de amor e vulnerabilidade, mas aprendi que simplesmente não há como evitá-lo. Mas não assuma que ser vulnerável significa que você está posicionado para ser violado. Na verdade, é mais provável que você esteja se posicionando para ser justificado, porque o amor nunca falha. Descanse nisso, adorável: Você tem um Protetor que é selvagem por você.

O oposto do medo não é fé ou mesmo coragem… é amor!

Interessante que essa frase final do devocional traduz exatamente o que Paulo diz no capítulo 13 de 1 Coríntios.

¹ Se eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um sino que ressoa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom de profecias, se entendesse todos os mistérios de Deus e tivesse todo o conhecimento, e se tivesse uma fé que me permitisse mover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. Se desse tudo que tenho aos pobres e até entregasse meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, de nada me adiantaria. O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem presunçoso. Não é orgulhoso, nem grosseiro. Não exige que as coisas sejam à sua maneira. Não é irritável, nem rancoroso. Não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade. O amor nunca desiste, nunca perde a fé, sempre tem esperança e sempre se mantém firme. Um dia, profecia, línguas e conhecimento desaparecerão e cessarão, mas o amor durará para sempre. Agora nosso conhecimento é parcial e incompleto, e até mesmo o dom da profecia revela apenas uma parte do todo. Mas, quando vier o que é perfeito, essas coisas imperfeitas desaparecerão. Quando eu era criança, falava, pensava e raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de criança. Agora vemos de modo imperfeito, como um reflexo no espelho, mas então veremos tudo face a face. Tudo que sei agora é parcial e incompleto, mas conhecerei tudo plenamente, assim como Deus já me conhece plenamente.
Três coisas, na verdade, permanecerão: a fé, a esperança e o amor, e a maior delas é o amor. 
1 Coríntios 13:1-13

E para completar mais ainda o combo de “coincidências” esses versos 10 a 13 citados acima foram usados para o vídeo devocional de hoje que vi no Casa De Isabel em que a Viviane fala sobre maturidade e chamado. Há um tempo de agir e viver como criança mas nesse tempo não podemos receber o que Deus quer nos entregar, para viver o novo de Deus e receber ferramentas mais robustas é necessário maturidade e nesse ínterim, a maturidade vem junto com o amor incondicional.

Perceba que no capítulo 12 de 1 Coríntios Paulo nos apresenta sobre os dons espirituais que são incríveis. Imagina ter o dom de falar em outras línguas, de liberar palavras de conhecimento para alguém, o dom da cura, impor as mãos sobre alguém e ver essa pessoa curar, andar, ressucitar. Isso é extraordinário! No entanto, no final desse capítulo no último verso ele diz que nos mostraria um estilo de vida que supera tudo isso, todos esses dons. 

Assim, ele inicia o capítulo 13 mencionado anteriormente dizendo que o amor é maior que tudo. Uma pessoa pode ter o dom de curar, de falar em línguas, de pregar poderosamente e profetizar mas se não tiver amor de nada adianta. Se essa pessoa não consegue olhar com amor e compaixão para o seu próximo e entender que ele carece da mesma graça que o alcançou de nada adianta. 

O amor não é dizer eu te amo, nem sentir uma emoção ou sentimento passageiro ou cuidar apenas de quem cuida de você e retribui. O amor é uma decisão de amar independente do que o outro faça, ou de ele “merecer” de acordo com o que você julga ser merecedor. Jesus nos convida ao amor, ele precisa não de servos que falem com eloquência somente, isso é bom, mas ele precisa de servos que não tenham vergonha de abraçar o pecador sujo física e emocionalmente, servos que olhem para uma prostituta na rua com amor pela sua alma e quando possível parem para orar por ela crendo no poder da oração de um servo justificado por Deus. 

Jesus nos chama para sermos servos que amem com amor vulnerável, o mesmo amor que ele oferece todos os dias. Esse amor que ele ofereceu ao povo de Israel que tantas vezes o rejeitou e adulterou com outros deuses, esse amor que ele ofereceu na cruz dizendo “pai perdoa, porque eles não sabem o que fazem” quer maior vulnerabilidade que essa? Como podemos achar que ele não vai exigir de nós esse tipo de amor se somos chamados para sermos seus seguidores parecidos com ele? 

O oposto do medo não é fé ou mesmo coragem… é amor. Que medo seria esse? O medo de amar quem te feriu novamente? O medo de ser vulnerável e correr o risco de ser quebrado? Tantos medos podemos ter de amar e olha isso, o oposto desse medo não é mais coragem ou mais fé e sim amar mais. E como diz no final do devocional. Descanse nisso pois você tem um protetor selvagem! Entenda que você ama e corre o risco de ter seu amor quebrado e pisoteado como muitos fazem com Jesus até hoje, não porque você gosta ou não liga para isso, mas porque assim como Jesus você tem a confiança no amor inesgotável de Deus por você. 

Só é possível amar com tamanha vulnerabilidades aquele que sabe o quanto é amado, que não importa o que os outros façam com você, pois você sabe que é verdadeiramente amada por aquele que nunca te abandonou e nunca vai te abandonar. Quando você tem essa certeza, quando entende o tamanho do amor, paixão, ciúmes e zelo que Jesus tem por você, não se contenta com menos, e nenhum amor terreno consegue te preencher porque você já é preenchida(o) nele. Dessa forma, você consegue amar, transbordar do amor que você tem nele, mesmo que você não receba de volta da mesma forma e ser feliz com isso. Como Jesus fez e faz todos os dias. 

Ame quantas vezes for preciso e necessário! Desenvolva o dom do amor e maturidade que vem dele! Ame sem reservas e de forma vulnerável e se não te amarem de volta, não tem problema. Você já é intensamente amada pelo único que realmente importa! 

O oposto do medo não é fé ou mesmo coragem…é amor!

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